Em meio a um cenário de crescente valorização da ciência e da inovação, cinco estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) José Maria Falcão, de Pacajus, no Ceará, ganharam destaque nacional ao desenvolverem a Drug Test Pen, uma caneta que identifica bebidas adulteradas com benzodiazepínicos, substâncias comumente usadas no golpe conhecido como “boa noite, Cinderela”. O projeto será apresentado na 23ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em São Paulo.
O projeto das estudantes, desenvolvido sob a orientação da professora Elly Hanna de Lima Sobrinho, partiu de uma pesquisa detalhada sobre substâncias utilizadas em crimes de dopagem. Após selecionarem os benzodiazepínicos — medicamentos com efeitos hipnóticos e ansiolíticos —, as alunas testaram reagentes colorimétricos não tóxicos até encontrarem uma fórmula que reagisse de forma visível e segura. O resultado é uma caneta que, ao traçar uma linha em um papel filtro ou guardanapo e pingar algumas gotas da bebida, identifica a presença de substâncias dopantes em cerca de 10 segundos.
A Drug Test Pen pode ser produzida por R$ 10, enquanto outras soluções disponíveis no exterior chegam a custar R$ 300. Essa “diferença exorbitante de valor” tem duas principais razões, segundo Maria de Fátima. “O primeiro é porque o nosso reagente possui um ótimo custo-benefício e o segundo é porque o que mais agrega valor a outros projetos é o dispositivo, que possui um alto custo de produção”, afirma.